O afeto é essencial para o desenvolvimento mental saudável das crianças, pois dá-lhes segurança, autoestima e fá-las sentirem-se amadas e protegidas. Contudo, desde março de 2020 que as crianças estão a aprender a demonstrar afeto e a recebê-lo de forma bem diferente do que todos estávamos habituados. 

Com a Pandemia, as crianças e os jovens foram privadas do contacto mais próximo com a família alargada, nomeadamente com os avós que, nos tempos que correm, são fundamentais para os cuidados e educação dos netos. O medo da transmissão da doença aos mais velhos originou o afastamento e condicionou, negativamente, estes relacionamentos habitualmente tão saudáveis, com impacto psicológico para ambas as partes.

Com o desconfinamento gradual é importante colmatar as lacunas ao nível afetivo nas crianças, causadas pelo isolamento dos seus pares e dos seus familiares mais próximos. Para tal, é importante que certas reações das crianças como o medo, a ansiedade, as birras e a agitação sejam compreendidas pelos adultos e não desvalorizadas. É muito importante o adulto mostrar carinho e sensibilidade às manifestações da criança, só assim elas se sentirão verdadeiramente protegidas e aceites.

Os adultos devem incentivar as crianças a falarem e a expor as suas preocupações, esclarecendo-as com linguagem apropriada à sua faixa etária, é importante para se sentirem seguras e com confiança.

Para reestabelecer e fortalecer os laços familiares, a brincadeira e o jogo são formas da criança se organizar e dar sentido ao mundo. Leitura, desenho, jogos de tabuleiro, brincadeiras e auxílio nas tarefas domésticas são algumas atividades possíveis.  Incentive, também, que a criança mantenha laços afetivos com amigos e familiares, sempre de acordo com as normas de segurança, de forma a minimizar os danos causados pelo isolamento.